terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Vinte e Três Cê

Bateu aquela saudade.
Saudades que sinceramente pensei que não iria sentir. Eu, que nunca me apeguei àquela turma, que não tava nem aí. Bom,pelo menos eu pensava assim. Até o dia 21 de dezembro de 2006.
Três anos atrás.
No último dia caiu a ficha, eu me liguei. Com os olhos cheios de lágrimas senti meu coração disparar e junto com aquela lágrima de canto,disfarçada, veio a sentença: vai fazer falta.
Foi então que percebi que ali havia se formado uma espécie de família, onde cada um tinha o seu papel fundamental. No momento em que chamaram o meu nome, o primeiro da lista da família Vinte e Três Cê, subi a escada e dei uma espiada naqueles que a partir daquele momento representavam o meu passado, e a saudade começou a pesar. Orgulhosa peguei o meu canudo, abracei e agradeci meus mestres por tudo o que que me ensinaram e comecei a sonhar com a escolha profissional que iria seguir. Mas na volta 180 olhei novamente meus irmãos ali sentados, ansiosos assim como eu, esperando por seus nomes serem chamados, com aquele brilho ambiguo no olhar de alegria e melancolia. E a cada nome que se pronunciava, senti perder mais um membro da familia.
Sempre fui uma pessoa realista, nunca acreditei naquela baboseira de " a distância não vai nos afastar".
Afasta sim.
Mas confesso que é um afastamento gostoso, que deixa aquela saudade confortável e que a cada reencotro me alegra.
Hoje, depois de três anos, entendi.
Nos afastamos sim e isso foi a melhor coisa que poderia ter nos acontecido. Somos hoje pessoas diferentes, sinceramente acho que somos melhores.
A cada reencontro que recebo um abraço apertado de saudades sinceras meu carinho aumenta por cada membro daquela familia de adolescentes brincalhoes dançarinos de carnavalera. E ver a evolução de cada um, ver que meus irmãos seguiram em frente...é, não há presente maior que esse.
Saudades eu sinto e quero sentir cada vez mais.
Saudade gostosa que fica guardada no meu peito e daqui não quero jamais tirar.
E é com sincero sorriso de felicidade que digo: "que tempo bom que não volta nunca mais..."

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